Fotos do Cortejo

O Cortejo

Hoje teve o Cortejo da Latada. Os alunos se reúnem fantasiados com cores características de seu curso. Os caloiros usam um penico na cabeça e uma chupeta grandona no pescoço. Os rapazes usam meia calça - alguns vestem fraldas ou fio dental. É muito engraçado, alguns bem ridículos mesmo. Então, as turmas saem em cortejo da praça Dom Dinis em direção aos arcos e à praça da República. É muuuuuuuuiiiita gente! E eles bebem muuuuuuuiiiito também. Acho que o cortejo segue até a Portagem, mas não fiquei lá pra ver. Já estava achando aquilo bem cansativo. E não tem música! Inacreditável! Se fosse no Brasil, tinha uma batucada, ou até mesmo um trio elétrico!

Praia e serra

Esqueci de contar que também fomos a Figueira da Foz, onde fizemos um lanche delicioso, e à Serra da Boa Viagem, logo lá do ladinho, de onde avistamos a imensidão do mar ao encontro do ceú, numa quase indefinível linha no horizonte. Lindo demais!

Conseguem distingüir o que é mar, céu e floresta na foto?

Final-de-semana

Essa cidade é de enlouquecer. Quanto mais tempo fico aqui, mais sinto saudades do meu Brasil querido. Nos finais-de-semana é sempre pior. Por isso, temos que procurar sempre algo para nos ocuparmos. Senão, é loucura ou depressão na certa (está bem, estou sendo um pouco dramática, mas é quase isso mesmo, rs).

O sábado não foi lá grandes coisas. Fui ao lançamento de um livro, ao shopping e a um bar nas docas, mas a banda (portuguesa) era péssima. E o frio, de rachar! Melhor voltar para o quentinho da cama e dos cobertores. Só faltou o cobertor de orelha, rs.

Já domingo foi dia de passeio. Conhecemos o Castelo de Montemor-o-Velho, pertinho de Coimbra (sim, porque há o Montemor-o-Novo, que fica em Évora). Muito bonito. Deve ter sido edificado no século X. Passou por reformas no século XIV. Na verdade, é uma fortificação, uma arquitetura militar, para defesa da cidade de Coimbra. Quem quiser saber mais sobre o castelo, pode acessar: http://www.cm-montemorvelho.pt/patrimonio_historico.asp?ref=26MOV ou http://www.guiadacidade.pt/portugal/index.php?G=monumentos.ver&artid=14592&distritoid=06. Dizem que foi nessa fortaleza que foi decidida a morte de Inês de Castro. Mas esta é outra história, que um dia conto a vocês...

As Latadas

Ontem, começaram as Latadas, uma espécie de Calouradas daqui de Coimbra. À meia noite, teve apresentação da serenata, que é um fado triiiiiiiiste, cantado por alunos à la Harry Potter. Aliás, todos eles comparecem com os trajes acadêmicos. E a universidade fica lotada! Ao final da apresentação, o pessoal se dirige aos chamados Convívios, que são festas dos cursos, espalhadas pela Alta (parte da cidade onde fica a maioria dos prédios da Universidade). Durante toda a semana, haverá shows e semana que vem tem o Cortejo (não entendi ainda muito bem o que é, vou ver e conto a vocês, rs).

Que medo do inverno!

Gente, está fazendo frio demais, e ainda estamos no outono! Estou com medo do inverno! Só tenho um cobertor de casal, comprado de segunda mão, que uso dobrado, rs... Mas essa noite ele não foi suficiente e tive que carregar na blusa de lã, rs. Tenho um saco de dormir. Acho que vou entrar nele e jogar o cobertor por cima, hehehe. Ai ai, nessas horas, que falta faz um cobertor de orelha, rs!
Domingo foi aquele calorão, mas, na segunda, o sol parecia fazer parte de um passado muito muito distante. O dia amanheceu com uma névoa cobrindo a cidade. E a semana tem sido assim... fria... À tarde às vezes dá uma esquentadinha, mas não dá para ficar sem agasalho. Brrrrr!!!!!!

Praia fluvial

A semana toda fez calor, o que me surpreendeu, pois estava crente de que o friozinho já havia chegado e se instalado de vez em Coimbra. A expectativa era que o sol continuasse a dar o ar de sua graça no domingo. Os planos: conhecer a praia fluvial, do Rio Mondego. A sorte e o sol estavam do nosso lado! Amanheceu um dia de domingo espetacularmente lindo e o céu com o azul mais azul que já vi por essas terras desde que aqui pisei.

Mas como estamos em Portugal, nem tudo sai como o esperado. Porque aqui as informações que obtemos nunca são o que dizem que são. Exemplo: na quinta, havia ido ao posto de venda de bilhetes de autocarros para me informar sobre a linha que leva até a praia e os horários, que são pouquíssimos aos domingos. Ótimo: havia um bus as 11h40. Detalhe que a moça não mencionou: esse horário, meus caros, só no verão! E nós, como bobos, no ponto, esperando, esperando... e nada!

Resolução: o dia está lindo e nada nem ninguém poderá atrapalhar nossos planos! Pegamos um táxi e pagamos mais de 7 euros, mas valeu a pena. O lugar é muito bonito, as águas cristalinas e, apesar de geladas, aventurei-me a dois mergulhos! Deu uma revigorada e tanto!

Revigorada fundamental para a epopéia da volta. Sim, tem a história do retorno... Voltando aos raríssimos horários de autocarros, o próximo, só depois das 19h. Resolvemos caminhar e, se nos cansássemos, ligaríamos para o motorista do táxi que nos levou. No final das contas, acho que andamos de cinco a seis km até a cidade – foram mais de duas horas de caminhada. Mas foi bom, vimos paisagens bem bonitas e, de quebra, aproveitei para queimar umas calorias (recuperadas assim que comi uma pratada de macarrão quando chegamos!!!).Enfim, saldo do final de semana: positivo!!!!

Show do Caetano

Hoje teve show do Caetano Veloso em Coimbra. Muito bom!

Certezas e incertezas

Hoje devo estar romântica. Ou prevendo uma dor de cotovelo, rs. Sabe quando todas as letras de músicas parecem se encaixar na sua vida? Isso é bem piegas, mas quem nunca sentiu algo semelhante?

Hoje tenho ao meu lado uma pessoa especial. Que entrou de repente na minha vida, tão de repente quanto esta súbita mudança para Coimbra. Aos poucos, fui me apegando, apesar de tentar evitar tal apego – como se tivéssemos algum domínio sobre isso, rs. Procuro viver cada dia intensamente diante da certeza da separação, prevista para daqui a cerca de dois meses. Procuro não pensar nesse dia. Procuro apenar sentir. Apenas viver. Mas confesso que não é fácil. Além de ser algo inédito! Afinal, nunca havia vivido uma história com prazo de validade, rs.

Hoje faço o possível para focar no presente. E, quando aquela coceirinha de pensar no futuro me ataca subitamente, quero acreditar que de tudo restará uma forte amizade. Quem sabe algumas recaídas se a ocasião propiciar? Será ilusão? Ou depende de querermos? Não sei...
Sei que gosto de sua companhia. De sua conversa. De seu beijo. De seu cheiro. De suas palhaçadas. De quando ele me impõe sua vontade e fico brava com isso (por segundos, rs). De quando cuida de mim. De quando cozinha pra gente.

Chamo essa história de Encontro. Encontamo-nos pela vida. Bom para mim. Bom para ele. E, quando ele partir, se eu tiver que “chorar as pitangas”, que seja, com a certeza de que tudo valeu a pena e de que faria tudo de novo!

Inacreditável!!!

Quarta-feira fui a Vigo, na Espanha, buscar meu visto. Tudo certo. Com o visto. Não considero que fui à Espanha. Não comi comida espanhola. Não vi a cidade, suas cores, luzes, caras. Frustração. Tínhamos que voltar rápido para devolver o carro em Coimbra. Frustração. Comer no Burger King? Isso foi o mais inaceitável!... E as tortillas, paellas e demais sabores locais? Ahhhhhhh!!!!!!!!!! Ficam para a próxima. E, da próxima, irei de ônibus, ah, irei sim!

Lição do poeta

Duas frases do poetinha - como Vinícius de Moraes era chamado - tornaram-se célebres. Uma delas, "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida", está, para mim, intimamente ligada a outra, que integra o Soneto de Fidelidade - lindíssimo por sinal -, que é "Que não seja imortal posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure".

A vida realmente é feita de encontros - com lugares, pessoas, emoções - que podem durar anos, dias, minutos, segundos, o que for, mas que são tão intensos enquanto duram que é isso que os torna importantes, quiçá fundamentais na construção da nossa história de vida.

Um cheiro que remete a um momento pode durar frações de segundos e trazer uma emoção inenarrável... Um pessoa pode passar pela nossa vida como um furacão e deixar marcas - sejam boas ou ruins - profundas... Um lugar pode trazer uma sensação de déjà vu tão intensa que você tem a certeza de já ter realmente estado ali... Tudo isso não são encontros? Talvez encontros consigo mesmo... E que sejam infinitos enquanto durem, não é mesmo? Então, viva la vie!!!!

Figueira da Foz

Este é o Rio Mondego prestes a desaguar no oceano, na praia de Figueira da Foz, próximo a cidade de Coimbra. Apesar da pequena distância, o comboio pára tanto que leva-se uma hora pra chegar, rs! Nessa hora, o astro-rei já imperava com força total, rs.

Chegamos e fomos direto para a praia como se nunca tívessemos visto o mar na vida! Olha a alegria da garota!!!

Vamos a la playa

Domingo foi dia de ir à praia: Figueira da Foz. Mas não é nada disso que vocês estão pensando! Nada de biquini, guarda-sol, nadar e tal. Em primeiro lugar, demos uma sorte danada de conseguir ver o mar (porque há relatos de amigos que, mesmo à beira d'água, não conseguiam vê-la, tamanha era a névoa que envolvia todo o lugar). E são trucentos metros de areia até o mar.
Em segundo lugar, demos mais sorte ainda porque, horas depois de chegarmos, abriu um sol maravilhoso e o céu ficou azul de dar gosto. Passeamos pela cidade e retornamos para Coimbra. Foi um dia bem agradável. Mas o tempo aqui já esfriou e mar, só de longe mesmo.
À noite, uma massa a carbonara deliciosa, na companhia de amigos queridos, fechou o domingo. Perfeito!
Obs.: Sábado também foi ótimo! Vinho, balada, amigos, tudo de bom!

Hoje!

Hoje estou feliz. Quero me arrumar, maquear, pôr um vestido bem feminino. Quero soltar minhas feras, dar beijo na boca, dançar, me acabar. Quero continuar feliz. Quero acordar feliz. Quero ver os amigos (mesmo tão recentes!), os desconhecidos, os que hei de conhecer. Quero a noite, seja quente, fria, desse outono europeu. Depois, quero um soninho gostoso, com sensação de dever cumprido, amor vivido, vinho degustado, risos escancarados, felicidade, enfim!

Simplesmente poesia

Adoro poesia. Fico horas na internet lendo poemas dos mais diversos autores. Claro, há aqueles pelos quais tenho mais carinho, que tocam mais fundo... Nesses passeios pela poesia, deparei-me com estes versos de Cecília Quadros (não a conheço, sei apenas que é poeta, licenciada em Letras, com dois livros publicados...), e gostaria de compartilhá-los com vocês (achei tão leonino!!!! rs):

Te quero

te quero:
por birra,
por ira,
por este mundo vazio

te quero:
por cisma,
até por rima,
pelos sismos
que tua voz causou em mim

te quero:
por existires num plano,
em que jamais te alcanço
assim ficas imune
ao desgaste do cotidiano

te quero:
por preguiça
por tédio
porque és minha própria criação

te quero:
porque sou louca
porque o tempo é pouco
para que impere a razão

te quero:
por escolha
porque imperfeitos são todos
não tenho mais ilusão

Então que sejas:
birra
fruto da ira
cisma
cataclismo
o dono do meu coração...

Papo cabeça - Parte II

Machado de Assis disse: "Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz". Concordo, mas peço licença ao autor que tanto admiro para falar de afetividade, afeição, amizade. Eis o tema de hoje. Quando nos afastamos de quem mais amamos, é natural pensar nos laços que nos unem a outrem. Existem pessoas que conhecemos há anos, mas que estão a léguas de nosso coração. Outras, em um dia, conquistam a nossa eterna simpatia. Muitas vezes, até a amizade.

Tenho uma amiga, muitíssimo querida. Pode-se dizer que, desde que nos reencontramos nas voltas que a vida dá, não nos separamos mais. Fisicamente sim. Ela está expatriada no momento, assim como eu. Porém, o laço é forte demais para ser rompido. Posso dizer que somos amigas há pouco mais de uma ano, apesar de tê-la conhecido há mais de dez. No entanto, só recentemente descobrimos como nos identificamos e construímos uma afeição sincera para a vida toda.

Aqui, nesta cidade, em que tudo é novo para mim, conheci pessoas que já contam com minha afeição. Algumas passarão, outras passarinho (parafraseando mal e porcamente o querido Mário Quintana!)... Enfim, algumas farão parte apenas de momentos nessas terras lusitanas, outras marcarão nossas vidas como amigos queridos do coração. E, nessas voltas que a vida dá, de encontros e desencontros, quem sabe, amigos do agora não serão amigos do amanhã?

Afinal, amigos é o que realmente conta. E, ao me afastar de vários, começo a perceber quem eles realmente são, de quem verdadeiramente sinto saudades, quem está ao meu lado - apesar do oceano que nos separa - nas angústias e também nas alegrias.

Como diz Riobaldo, em Grande Sertão Veredas: “Amigos somos. Nonada. O diabo não há! É o que eu digo, se for... Existe é homem humano. Travessia”. E nessa travessia, nesse vai e vem, muitos ficam no coração. Ou, quem sabe, na terceira margem do rio...

Nada a declarar

Penso que meus leitores ficam a esperar novas postagens, visto que um dos objetivos deste blog é contar "estripulias estudantis". Pois eu também estou a aguardar por elas. Eis a questão. As aulas, marcadas para iniciar em 10 de setembro, começaram semana passada. Também foram nos últimos dias que o fluxo de pessoas - a maioria estudantes - cresceu. As festas de que tive notícia são do programa Erasmus, que oferece bolsas de intercâmbio. Mas a maioria dos bolsistas é de graduação e estão menos interessados em estudar do que em farras e afins. Fora de minha faixa etária e mais ainda de minha paciência.
Estripulia mesmo é encontrar um livro por aqui. Apesar de momumentais, as bibliotecas são confusas e muitas não sabem o que é informatização em pleno século 21! Outra estripulia será ler textos complexíssimos em inglês, francês e espanhol. Muitos diriam: "Se vira, garota, agora você está no mestrado!". Estou tentando me virar, do avesso até! Acho que vou me virar tanto que daqui a pouco desço os mais de 120 degraus da escada monumental rolando! Vixe!

(Foto: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)